Não sendo ainda um ídolo popular, quando gravou este disco, Fagner já era uma figura importante na indústria fonográfica, um bom vendedor de discos no plantel da então CBS. Depois do intrincado e belo Ave Noturna, gravado com o Vímana e outros músicos de prestígio, Fagner resolveu fazer um LP de sotaque roqueiro. Com instrumentação majoritariamente elétrica e a presença igualmente eletrizante de Robertinho do Recife nas guitarras, o disco funde o canto mouro e as inflexões nordestinas com precisos e pesados arranjos blueseiros. O estranhamento começa com a abertura com “Sinal Fechado”, o clássico de Paulinho da Viola, quase irreconhecível num emaranhado de canto e contracanto tendo uma cornucópia de cordas no background. Emenda com o blues acústico “Conflito”, cheio de fraseados de bateria. Canções como “Asa Partida”, “Pavor dos Paraísos”, Cordas de Aço” e sobretudo “Sangue e Pudins” são números rock com ataque irretocável da banda e a guitarra virtuose de Robertinho. Se você tem menos...